Ontem fomos tivemos uma consulta com a neurologista do
Samuel... saí de casa com o coração apertado, ansiosa para saber como seria.
Em
quase todas as consultas com a neuro
Dra. Eda vou pensando que ela vai me dar respostas e dizer que ele
melhorou, que “sarou” e que já está de alta.
Mas ontem já saí de casa
derrotada, levando comigo uma listinha escrita a mão de coisas que ele vem
fazendo que são estranhas, ou que deixou de fazer, ou que mudaram nessas
férias.
Levei minha mãe comigo, porque sei que se levasse o meu esposo teria
problemas em listar o que vem acontecendo com o Samuel.
Fui e no caminho parecia estava indo pra um enterro.
Já
estava sentindo vontade de chorar.
Já sabia que não seria bom.
Conversamos, o Samuel estava dormindo e assim permaneceu a
consulta toda, dormindo no meu colo – um peso danado: 20 kilos pra 3 anos e 6
meses de vida.
E li toda a minha lista, falei de tudo que havia anotado:
Dra. Ele voltou a ficar muito tempo deitado no chão
brincando com os carrinhos...
Dra. Ele teve crises de medo repentinas e desespero...
Dra. Ele não está atendendo pelo nome como antes ...
Dra. Ele vai jogar bola com os meninos do prédio, e quando a
bola chega até ele, ela a pega e chuta pro nada ou sai correndo com a bola na
mão...
Dra. Ele fala frases sem sentido e quando tem são frases decoradas
dos desenhos que assiste
Dra. Ele fica ausente por minutos seguidos, parece apagar
literalmente de olhos abertos, principalmente quando algo na rotina dele
muda...
Dra.....
Ela me interrompeu e disse:
Aqui está o nome e telefone do
psiquiatra infantil Dr. Gustavo.
Ligue e marque consulta, ah... ele só atende
particular, e completou: como sabe eu
não posso fechar o diagnóstico, quem o faz é o psiquiatra.
Acho que já está na hora.
E nesse momento eu
não aguentei... meus olhos começaram a pesar a marejar e ignorei o papel na
mesa com o nome do tal medico e olhei pra ela como em suplica e implorei...
Dra. tem alguma coisa mais que posso fazer que não estou
fazendo?
Algum outro medico/ terapia?
Podemos tentar outro remédio?
Pode ser só
reflexo de férias não é mesmo?
Estou disposta ... e já prometeria ate minha
alma naquele instante quando e ela me interrompeu... segurou a minha mão, olhou
pra minha mãe e nesta hora eu já estava chorando e disse com muita firmeza:
Você tem sido uma mãe maravilhosa, fazendo tudo o que é possível pelo Samuel,
enfrentado tudo de cabeça erguida, mas agora precisamos fechar o diagnóstico, o
Dr. Gustavo poderá te ajuda-la, indicar escolas, terapias, e identificar como
ajuda-lo ainda mais.
E nesse momento chorei feito criança... tinha meu filho em
meu colo e eu só queria o colo da minha mãe.
Chorei de soluçar, pedi desculpas,
peguei o papel com o nome do psiquiatra infantil e insisti mais um pouco...
Dra. Ele vai casar?
Vai estudar?
Vai ter filhos?
Ela me
interrompeu mais uma vez, dizendo: me procure assim que voltar da consulta.
Levantei com o Samuel no colo - que neste exato momento
resolveu acordar e fomos pra casa.
Eu já sei o que vai acontecer.
Conheço as dificuldades do
meu filho.
Quaaaaaaaaaaaaase aceito.
Mas o maior problema na verdade é meu
esposo que não aceita.
Marquei o medico.
Não preciso de um diagnostico pra saber
que tem algo errado.
Algo que difere ele das outras crianças.
Mas como dói. Essa é a pior dor que já vivi nos meus 34 anos.
Peço desculpas se relato esse
momento com tanta negatividade, tanta dor e emoção.
Estou com uma ferida aberta
e sangrando. Vai passar.
Eu creio que vai. Deus console o meu coração me de
sabedoria pra viver isso junto a minha família e amigos.
E força. Muita força.
PS hoje meu primogênito fez 1 aninho de vida!