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... surgiu de uma necessidade imensa de falar... de escrever o desespero que vai no coração de uma mãe que tem esse longo trabalho a frente, de descobrir o que diferencia seu filho dos demais, de aceitar o que a alma não quer ver, contar dores e medos que escondo até de mim mesma... de escrever o que penso, de falar baixinho coisas que gritam aqui dentro no coração. Entre e fique á vontade, comente e ajude e a mim e a outras mamães que podem estar vivendo algo semelhante.

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Escrito em 25/07/2014 => Retomando o Transtorno



Ontem fomos tivemos uma consulta com a neurologista do Samuel... saí de casa com o coração apertado, ansiosa para saber como seria. 
Em quase todas as consultas com a neuro  Dra. Eda vou pensando que ela vai me dar respostas e dizer que ele melhorou, que “sarou” e que já está de alta. 
Mas ontem já saí de casa derrotada, levando comigo uma listinha escrita a mão de coisas que ele vem fazendo que são estranhas, ou que deixou de fazer, ou que mudaram nessas férias. 
Levei minha mãe comigo, porque sei que se levasse o meu esposo teria problemas em listar o que vem acontecendo com o Samuel. 

Fui e no caminho parecia estava indo pra um enterro. 
Já estava sentindo vontade de chorar. 
Já sabia que não seria bom.

Conversamos, o Samuel estava dormindo e assim permaneceu a consulta toda, dormindo no meu colo – um peso danado: 20 kilos pra 3 anos e 6 meses de vida. 
E li toda a minha lista, falei de tudo que havia anotado:

Dra. Ele voltou a ficar muito tempo deitado no chão brincando com os carrinhos...
Dra. Ele teve crises de medo repentinas e desespero...
Dra. Ele não está atendendo pelo nome como antes ...
Dra. Ele vai jogar bola com os meninos do prédio, e quando a bola chega até ele, ela a pega e chuta pro nada ou sai correndo com a bola na mão...
Dra. Ele fala frases sem sentido e quando tem são frases decoradas dos desenhos que assiste
Dra. Ele fica ausente por minutos seguidos, parece apagar literalmente de olhos abertos, principalmente quando algo na rotina dele muda...
Dra.....

Ela me interrompeu e disse: 
Aqui está o nome e telefone do psiquiatra infantil Dr. Gustavo. 
Ligue e marque consulta, ah... ele só atende particular, e completou:  como sabe eu não posso fechar o diagnóstico, quem o faz é o psiquiatra.   
Acho que já está na hora. 

E nesse momento eu não aguentei... meus olhos começaram a pesar a marejar e ignorei o papel na mesa com o nome do tal medico e olhei pra ela como em suplica e implorei...
Dra. tem alguma coisa mais que posso fazer que não estou fazendo? 
Algum outro medico/ terapia? 
Podemos tentar outro remédio? 
Pode ser só reflexo de férias não é mesmo? 
Estou disposta ... e já prometeria ate minha alma naquele instante quando e ela me interrompeu... segurou a minha mão, olhou pra minha mãe e nesta hora eu já estava chorando e disse com muita firmeza: 
Você tem sido uma mãe maravilhosa, fazendo tudo o que é possível pelo Samuel, enfrentado tudo de cabeça erguida, mas agora precisamos fechar o diagnóstico, o Dr. Gustavo poderá te ajuda-la, indicar escolas, terapias, e identificar como ajuda-lo ainda mais. 
E nesse momento chorei feito criança... tinha meu filho em meu colo e eu só queria o colo da minha mãe. 
Chorei de soluçar, pedi desculpas, peguei o papel com o nome do psiquiatra infantil e insisti mais um pouco...
Dra. Ele vai casar? 
Vai estudar? 
Vai ter filhos? 
Ela me interrompeu mais uma vez, dizendo: me procure assim que voltar da consulta.
Levantei com o Samuel no colo - que neste exato momento resolveu acordar e fomos pra casa.

Eu já sei o que vai acontecer. 
Conheço as dificuldades do meu filho. 
Quaaaaaaaaaaaaase aceito. 
Mas o maior problema na verdade é meu esposo que não aceita. 

Marquei o medico. 
Não preciso de um diagnostico pra saber que tem algo errado. 
Algo que difere ele das outras crianças. 
Mas como dói. Essa é a pior dor que já vivi nos meus 34 anos. 

Peço desculpas se relato esse momento com tanta negatividade, tanta dor e emoção. 
Estou com uma ferida aberta e sangrando. Vai passar. 
Eu creio que vai. Deus console o meu coração me de sabedoria pra viver isso junto a minha família e amigos. 
E força. Muita força.
PS hoje meu primogênito fez 1 aninho de vida!

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