Desde a consulta com a neura ando amargurada.
Não consigo
desligar meu pensamento desse assunto.
Não durmo direito á noite (tenho
pesadelos, perco o sono), ás vezes aceito e na maioria das vezes brigo com
Deus.
Porque?
Porque com o Samuel?
Meu marido ainda não aceita. Briga muito comigo, me ironiza,
debocha de mim – diz que eu sou exagerada e que ele só tem 3 anos.
Mas ele
percebe as diferenças ás vezes até comenta comigo, mas na maioria das vezes
não.
Na festa do Pedro (meu filho mais novo que completou 1 ano no dia 25/07) o
Samuel ficou o tempo todo na agitação de sempre, querendo brincar deitado no
chão e na hora do Parabéns - fiquei bem triste e acho que todos perceberam...
ele ficou assustado, não quis vir pra mesa conosco cantar parabéns pro Pedro,
disse algumas coisas sem sentidos e gritou, chorou.. então a avó o segurou
perto da mesa e prosseguimos com o parabéns sem ele.
Tive muita vontade de
chorar, de falar para meu esposo, é disso que estou falando, mas me calei.
Engoli o choro porque era dia de festa e o Pedro se divertiu, sorriu por
diversas vezes na hora do Parabéns e de tão cansadinho, logo adormeceu.
Não
posso punir mais o Pedro, já me culpo muito por achar que damos muito mais
atenção ao Samuel que ele. Arrisco dizer ainda que o Samuel requer mais cuidados
aos 3, 5 anos que o Pedro com 1.
O estranho e mais dolorido é dizer que agora olho pro Samuel
com outros olhos.
Não queria dizer o que vou dizer porque tenho até vergonha
disso: mas parece que sinto dó dele.
Muita compaixão e dó. Tenho vontade de
abraça-lo, beija-lo e dizer que entendo, que não vou mais brigar tanto para que
não fique brincando deitado no chão, ou questionando as coisas sem sentido que
ele fala, vou aceita-lo e ama-lo.
Só isso. Uma saudade sem sentido. Medo de
fazê-lo sofrer.
Peço pra Deus acalmar meu coração e pra não deixar o Samuel
sofrer.
Tenho medo das crianças/ pessoas fazerem mal a ele pois é muito
inocente.
Tenho medo de gozarem das coisas sem sentido que ele fala, de seu comportamento,
dos movimentos que ás vezes faz com as mãos e de querer ficar brincando deitado
no chão.
Deus, ajude-me a SOBREVIVER a isso tudo.
Perguntas que não saem da minha cabeça:
E quando eu morrer, quem cuidará dele?
E por mais que alguém o faça, terá o mesmo amor e paciência que eu?
Como atenderá todas as necessidades especiais dele, e que serão únicas?
E por mais que alguém o faça, terá o mesmo amor e paciência que eu?
Como atenderá todas as necessidades especiais dele, e que serão únicas?
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